Um trabalho de investigação conjunto entre a Corregedoria da Polícia Militar e a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Santos levou a Justiça a decretar, na noite dessa quarta-feira (20), a prisão temporária do soldado A.A.S., de 34 anos. O PM é suspeito de cometer uma série de atentados nas cidades de Santos e São Vicente, na Baixada Santista, na madrugada do dia 10 de abril. Os ataques deixaram uma pessoa morta e seis feridas.
O soldado passou a ser investigado quando registrou uma queixa de assalto em sua residência e o roubo de suas armas particulares. A polícia verificou que os calibres das pistolas (380 e .40) coincidiam com o calibre das armas utilizadas no atentado.
Segundo o major Levi Félix, porta-voz da Corregedoria da Polícia Militar, as suspeitas aumentaram quando cartazes identificando A. como o autor dos atentados foram espalhados por Santos e São Vicente. A partir daí, a Polícia Civil aprofundou as investigações.
Quando procurado pela polícia, o soldado foi encontrado limpando e fazendo modificações em seu carro, colocando rodas esportivas em seu Corsa preto. O veículo é idêntico ao registrado nas imagens de segurança captadas na madrugada dos ataques. A Polícia Civil já havia pedido a prisão administrativa de A. para agilizar as investigações e, ontem, solicitou à Justiça a prisão temporária.
Como o policial estava de férias na época, não foi aberto um Inquérito Policial Militar (IPM), já que é considerado um crime desvinculado à PM. Porém, a Corregedoria investiga o caso para apurar a conduta do soldado.
Testemunhas dos atentados já foram ouvidas. Segundo a Polícia Militar, as investigações não apontam nenhuma motivação para o crime, e indicam que as vítimas eram escolhidas aleatoriamente.
Ainda de acordo com o major Félix, A. passava por exames psicológicos anuais na PM e nunca demonstrou nenhum distúrbio ou comportamento suspeito.
O soldado já foi transferido para o Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte da Capital.
O caso
Uma pessoa morreu e seis ficaram feridas, vítimas de disparos de arma de fogo, nas cidades de Santos e São Vicente, na madrugada do dia 10 de abril. Segundo testemunhas, uma pessoa em um carro preto parava, atirava nas pessoas e fugia.